Como produzir provas em caso de acidente

Se você foi vítima de algum tipo de acidente que gerou danos para sua integridade física ou psicológica e está pensando na possibilidade de acionar a justiça em face daquele que foi responsável pelo ocorrido, é muito importante juntar provas que demonstrem a extensão dos danos sofridos, sejam eles materiais, morais ou estéticos. Ainda que […]

Se você foi vítima de algum tipo de acidente que gerou danos para sua integridade física ou psicológica e está pensando na possibilidade de acionar a justiça em face daquele que foi responsável pelo ocorrido, é muito importante juntar provas que demonstrem a extensão dos danos sofridos, sejam eles materiais, morais ou estéticos. Ainda que ao longo do processo seja possível requerer uma perícia para comprová-los, outros tipos de provas ajudam muito!

Provas do tratamento médico

A pessoa que é vítima de um acidente e se encontra hospitalizada ou fazendo tratamento médico se encontra certamente em um momento de enorme fragilidade e muitas vezes sem orientação. Nesse sentido, a família pode ter um papel importante em ajudar a pessoa a obter e organizar documentos que possam ser úteis no futuro.

É importante guardar laudos e receitas médicas e também comprovantes das despesas com médicos e remédios. Se for possível, a pessoa deve tentar obter o prontuário médico, o que pode ser difícil de conseguir em momento posterior. O prontuário médico é de propriedade do paciente, que tem direito de acesso e pode solicitar uma cópia. Nele estão contidos todos os dados relativos ao paciente, descrevendo a evolução de sintomas e exames feitos, além dos tratamentos e prescrições.

Todos esses documentos podem ser úteis inclusive para o perito do processo, se for o caso, assim como fotografias que retratem os danos, sua evolução e os transtornos sofridos pela vítima. 

Repercussões psicológicas do acidente

A depender do caso, o acidente pode ter consequências psicológicas para a vítima, o que muito comumente é negligenciado. As consequências de um acidente podem ir muito além das físicas e visíveis aos olhos e também ser mais duradouras do que aparentam.

Nesse sentido, é importante avaliar sobre a necessidade de buscar um atendimento e tratamento psicológico e/ou psiquiátrico. Se este for o caso e a vítima pretender acionar a justiça, é importante conversar com o profissional sobre a necessidade de um laudo relatando o impacto psicológico do acidente e seus desdobramentos. Esse tipo de prova será muito importante para subsidiar um pedido de danos morais, por exemplo. 

Se o trabalho foi afetado: comprovando lucros cessantes

No âmbito dos danos materiais causados pelo acidente, entram também os chamados lucros cessantes, que envolvem os prejuízos sofridos envolvendo as atividades de trabalho da pessoa e aquilo que ela deixou de lucrar. Nesse sentido, se a vítima é empresária ou profissional liberal, por exemplo, é importante juntar provas relacionadas às atividades que deixou de desempenhar no período de recuperação, como contratos e clientes perdidos, queda no faturamento e trabalhos que foram atrasados gerando prejuízos financeiros.

Não estamos aqui dizendo que o primeiro pensamento das vítimas deve ser no sentido de um possível processo judicial. A busca por reparação ou garantia judicial de seus direitos deve ser algo refletido e respeitar o desejo da vítima e o seu tempo certo. Contudo, esperamos que essas dicas sejam úteis para lembrar sobre os tipos de provas que podem ser buscados desde o primeiro momento que certamente facilitarão o processo depois.

Procure um advogado tendo em mãos todos os documentos que conseguir obter, certamente tendo acesso a eles o profissional terá melhores condições de apresentar as perspectivas de um processo judicial conforme o seu caso.

Lembre-se que a Valente Reis Pessali atua com ações indenizatórias e está à disposição para atendê-lo, entre em contato!

Júlia Leite Valente - Advogada Sênior e Sócia Fundadora

Júlia Leite Valente

Advogada sênior sócia fundadora

É mestra em Direito Penal pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e bacharela em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com formação complementar pela Université de Lille, na França. É autora do livro UPPs: Governo Militarizado e a Ideia de Pacificação.