Valente Reis Pessali Advocacia e Consultoria

Como lidar com machismo e violência de gênero em ambientes coletivos como escolas e empresas?

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Como lidar com machismo e violência de gênero em ambientes coletivos como escolas e empresas?

Como lidar com machismo e violência de gênero em ambientes coletivos como escolas e empresas?

Por Gustavo Pessali 

Partiremos de uma pesquisa realizada em 2021 pelo Poder 360 para apresentarmos algumas questões que a Valente Reis Pessali Sociedade de Advogados vem tratando em nossas consultorias especializadas para escolas, empresas e estabelecimentos de prestação de serviços que precisam de assessoramento para lidar com o machismo em suas organizações.

Segundo a pesquisa, realizada com 2.500 pessoas, em 509 municípios, nos 27 estados da federação, entre os dias 1 e 3 de março de 2021: 83% das pessoas entrevistadas acreditam que existe machismo no Brasil, mas 80% dos mesmos entrevistados acredita não ser machista. Esse é um dos maiores desafios para que possamos enfrentar o problema, reconhecer que o machismo é estrutural em nossa sociedade e se manifesta de formas variadas, das mais óbvias às mais sutis.

Machismo como problema estrutural, o que isso quer dizer?

Quando dizemos que o machismo é um problema estrutural, estamos dizendo que ele se manifesta em nossa sociedade em vários âmbitos que estruturam as bases da nossa organização em sociedade, como nas relações familiares, na forma como se dá a criação dos filhos, na educação nas escolas, nas relações de trabalho, na divisão das tarefas domésticas, nas religiosidades, na publicidade que consumimos, dentre outros. Por estar presente em nossa vida cotidiana, o machismo se reproduz silenciosamente, ocupando a mente das pessoas e se reproduzindo até mesmo de maneira inconsciente – que é um dos lugares onde mora o perigo. 

Hoje a sociedade já está mais madura e atenta em relação a isso e conseguimos perceber machismo onde antes não nos dávamos conta. São exemplos disso a superação da antiga frase “em briga de marido e mulher não se mete a colher”, que antes encobria muitos atos de violência doméstica sem que pessoas que os testemunhavam tomassem as devidas providências, dificultando assim a ruptura do ciclo da violência. Estamos mais conscientes também da disparidade nos salários, em que mulheres recebem menos para realizar as mesmas tarefas realizadas por homens – o que já não pode ser tolerado. 

Formas mais sutis de violência ainda precisam ser melhor compreendidas e tratadas

Acontece que existem várias outras formas de violência machista contra as mulheres que ocorrem cotidianamente em ambientes de interação coletiva, causando constrangimento, humilhação e até mesmo adoecimento físico e mental. Podemos citar alguns exemplos: o  “manterrupting” ocorre quando um homem, com intuito de calar ou impedir a participação da mulher em uma conversa, não a deixa se expressar ou interrompe a fala dela. Para dar um exemplo concreto e evidenciar até que ponto isso pode chegar, ficou famosa a manifestação da então presidenta do STF, Cármen Lúcia, que em 2017 alertou que os ministros não deixam as mulheres falarem, referindo-se a ela e à Ministra Rosa Weber. Na mesma ocasião apresentou dados de uma pesquisa que indicam que em cortes constitucionais onde há mulheres, elas são interrompidas 18 vezes mais que os homens em seus votos. 

Existe ainda o “mansplaining” que é quando o indivíduo do sexo masculino busca menosprezar o conhecimento da mulher julgando-a como incapaz ou desqualificada, repetindo coisas anteriormente ditas, mas com outras palavras ou se apropriando das informações trazidas pelas colegas.

Outras formas de violência e a interseção de gênero e raça

Existem inúmeros exemplos que poderiam ser tratados aqui, mas citaremos de maneira complementar a ausência de mulheres em cargos de chefia; o assédio sexual entre colegas; o bullying por aspectos físicos, dentre outros. 

É importante demarcarmos ainda que mulheres negras são ainda mais vitimadas pela violência machista que as mulheres brancas, recebendo salários ainda mais baixos, estando ainda menos em cargos de chefia, lidando com mais frequência com assédio tanto nas escolas, no trabalho e no ambiente familiar. 

O que fazer para diminuir a cultura do machismo em minha escola, empresa e na relação com clientes? 

É preciso falar sobre isso. A partir das dinâmicas internas de cada organização, suas características, seus problemas específicos já diagnosticados, é possível pensarmos processos de aprendizagem coletiva e reflexão que promovam processos de enfrentamento das violências já perpetradas, com redução da sensação de impunidade dos agressores e silenciamento das vítimas e semeadura de uma cultura de respeito entre alunos, professores, colegas de trabalho e clientes. 
A Valente Reis Pessali presta consultoria especializada nesses casos. Entre em contato conosco para que possamos realizar um diagnóstico e uma proposta de atuação!

Equipe VRP

Os artigos produzidos por advogados e advogadas especialistas em diversas áreas do direito que colaboraram com a produção dos conteúdos do Blog da VRP Advocacia e Consultoria.